Na Bahia, Lula evita política e visita mãe de Caetano Veloso


O ex-presidente visitou a Dona Canô, mãe de Caetano Veloso, e evitou comentar a crise do Ministério dos Transportes. Foto: Lúcio Távora/Agência A Tarde
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em viagem à Bahia, visitou nesta quarta-feira a dona Canô Veloso, mãe dos cantores Caetano Veloso e Maria Bethânia. Ele disse que foi até a casa dela, em Santo Amaro da Purificação, por ser amigo de Caetano e "saber que ela (Canô) havia se recuperado recentemente de uma traqueobronquite".
Lula também aproveitou a visita para brincar com o fracasso da Seleção Brasileira de futebol na Copa América, eliminada pela equipe do Paraguai após os jogadores perderam quatro pênaltis. O ex-presidente propôs instalar na cidade uma "escolinha de futebol para ensinar os jovens a bater pênalti e evitar a repetição do vexame no futuro".
Questionado sobre assuntos políticos, como a crise do Ministério dos Transportes, Lula disse que não falaria sobre o assunto e que a visita era em homenagem à família de Caetano Veloso. Acompanhado do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), ele partiu para a cidade de Feira de Santana.
A queda do ministro dos Transportes
Uma reportagem da revista
 Veja do início de julho afirmou que integrantes do Partido da República teriam montado um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por meio de empreiteiras dentro do Ministério dos Transportes. O negócio renderia à sigla até 5% do valor dos contratos firmados pelo ministério sob a gestão da Valec (estatal do setor ferroviário) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
O esquema seria comandado pelo secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto. Mesmo sem cargo na estrutura federal, ele lideraria reuniões com empreiteiros e consultorias que participavam de licitações do governo no ramo. Pelo menos dois assessores diretos do então ministro, Alfredo Nascimento (PR), foram afastados dos cargos. Também deixaram suas funções o diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, e o diretor-presidente da Valec, José Francisco das Neves.
O PR emitiu nota negando a participação no suposto esquema e prometendo ingressar com uma medida judicial contra a revista. Nascimento, que também negou as denúncias de conivência com as irregularidades, abriu uma sindicância interna no ministério e pediu que a Controladoria-Geral da República (CGU) fizesse uma auditoria nos contratos em questão. Assim, a CGU iniciou "um trabalho de análise aprofundada e específica em todas as licitações, contratos e execução de obras que deram origem às denúncias".
Apesar do apoio inicial da presidente Dilma Rousseff, que lhe garantiu o cargo desde que ele desse explicações, a pressão sobre Nascimento aumentou após novas denúncias: o Ministério Público investigava o crescimento patrimonial de 86.500% em seis anos do filho do ministro, Gustavo. Diante de mais acusações e da ameaça de instalação de uma CPI, o ministro não resistiu e encaminhou, no dia 6 de julho, seu pedido de demissão à presidente.

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