Por Samuel Celestino
Aliados no plano nacional e em muitas unidades federativas, o PT se prepara para esgrimir com o PMDB nas eleições municipais onde a legenda costuma levar vantagem elegendo maior número de prefeitos e vereadores. Quando se trata de eleições maiores, para a Presidência, o PMDB se recolhe por não ter candidato competitivo, mas costuma sair-se bem nas unidades federativas elegendo maior número de governadores, senadores e deputados federais. Os dois aliados e principais partidos do governo, espinha dorsal da coalizão, vão se confrontar por iniciativa do PT, que pretende utilizar a sua militância de redes sociais e sindicatos. Nesta eleição de outubro, cada um por si onde for possível. É o caso da Bahia. Aqui, como se sabe, o PMDB está distante do PT e pretende participar do agrupamento oposicionista para tentar ganhar Salvador e os principais municípios do Estado. O jornal Estado de S. Paulo dá conta do movimento petista para fazer maior número de prefeitos do que o PMDB, o que dificilmente acontecerá. Em relação à Bahia, o movimento petista é bom para o PMDB regional que, se já combate o governo, diante da indisposição entre o governador Wagner e o ex-ministro Geddel Vieira Lima. A união oposicionista Apresentará as suas cartas, provavelmente com Mário Kertész ou ACM Neto, dentro de 30 dias. Se marchar unida, a campanha municipal de Salvador ganhará corpo. Por tradição e história, os soteropolitanos costumam votar com a oposição. Nos últimos 20 anos o governo só levou vantagem na eleição (dupla) de Antônio Imbassahy, então no PFL carlista, de onde se afastou no final do seu segundo mandato. O jogo nacional do PT não deixa de ser arriscado e, daí, pode ser abortado. O problema é que se trata de uma ação difusa com a participação das redes sociais, difíceis de controlar.
